segunda-feira, 1 de junho de 2020

TRANSTORNO OU DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM???

Como entender essa diferença? E como descobrir se seu filho, aluno conhecido ou você mesmo está com algum tipo de transtorno ou dificuldade de aprendizagem?

Estas e outras questões estaremos abordando aqui hoje no blog.

Como é difícil lidar com questões escolares das nossas crianças. Porquê muitos parecem tão inteligentes mas vão tão mal nas provas, enquanto outros que nem estudam só tiram notas boas? Muitas destas perguntas vários pais já se fizeram: Será que meu filho tem algum problema? A resposta é: Pode ser que sim e pode ser que não, ou seja, é importante entender o que pode levar as crianças terem algum problema de aprendizagem. A comparação nunca foi uma boa aliada e conselheira, pois somos diferentes e vivemos em ambientes diferentes. A genética pode ajudar a entender nossos filhos, mas o ambiente tem uma forte relação com o comportamento e as dificuldade de cada pessoa, incluindo as crianças.
O desejo de muitos pais é que seus filhos sejam os melhores alunos, mas não é a maioria das crianças que conseguem absorver as informações com facilidade, e não significa que estas crianças possuem algum deficit intelectual, o que acontece é que muitas vezes as crianças sentem-se entediadas em ficar muitas horas dentro da sala de aula tendo que focar em alguém falando lá na frente, fazendo atividades por uma boa parte de seu dia.
Um dos fatores das crianças sentirem-se mais entediadas do que antigamente é que hoje em dia o volume de atividades atribuídas no dia a dia delas é muito grande, e quando precisam ficar quietas prestando atenção, isso incomoda.
Crianças hiperativas, agitadas tem maior dificuldade ainda, e atualmente vemos muitos casos sendo diagnosticas como TDAH - Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade, um dos mais conhecidos transtornos de aprendizagem.
Mas antes de entrarmos neste tema, vamos diferenciar o que seria um transtorno e uma dificuldade de aprendizagem.

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: O termo dificuldade de aprendizagem é usado para descrever dificuldades específicas para adquirir habilidades acadêmicas básicas, ou seja , a criança não consegue acompanhar o ritmo da sala, e nestes casos vale salientar que as causas estão muito mais relacionadas aos fatores externos (ambientais), e não possuem natureza orgânica ou biológica.
Geralmente, ao serem investigadas, são encontrados vários fatores emocionais associados às dificuldades, como conflitos familiares, perdas importantes, separação, mudanças, etc...
Normalmente é indicado tratamento psicológico.


TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM: Já o transtorno de aprendizagem pode estar associado a fatores relacionados a condições neurológicas que afetam a aprendizagem e o processamento das informações.
Dentro dos aspectos de transtornos de aprendizagem, vamos encontrar vários tipos que podem ou não estar associados uns com os outros.
Este termo vai descrever as dificuldades mais específicas de aprendizagem quando observado com maior profundidade.
Ocorre que os transtornos de aprendizagem também podem estar associados com questões emocionais que vão desencadear dificuldades que não são neurobiológicas, por isso devem ser tratadas de forma adequada e multidisciplinar, ou seja junto com a escola, com os pais, com um medico especializado, com um psicopedagogo, com um fonoaudiólogo e com um psicoterapeuta. Estes serão os principais protagonistas para o diagnóstico.
Parece assustador, mas sim é necessário, pois é no momento do desenvolvimento infantil que o cérebro será mais capaz de  fazer mudanças necessárias dentro do que chamamos de plasticidade cerebral, e permitirá efetivar as correções necessárias, para a solução do problema, não que seja impossível na idade adulta, mas sempre será mais difícil.


Tipos de transtornos, um breve histórico:

DISLEXIA: É caracterizada pela dificuldade  na fluência da leitura por uma dificuldade na habilidade de tradução dos sons em letras e das letras em sons, que resultam em dificuldade de linguagem. As crianças não entendem bem como cada palavra é formada, como é dividida por partes menores, como os sons, as sílabas e como podem manipular esses sons. Crianças com dislexia geralmente trocam as letras ao escrever, por exemplo "t" por "d ou "f" por "v", devido a estas dificuldades em decifrar os sons de forma adequada.

DISCALCULIA: Trata-se de dificuldades especifica para cálculos matemáticos e raciocínio lógico. Quem tem discalculia tem muita dificuldade para entender a quantidade das coisas, e por isso muita dificuldade para entender números e o que eles representam.
Na escola, quem tem discalculia tem muita dificuldade em aprender tabuada, contas simples (adição, subtração e multiplicação), dificuldade para resolver problemas matemáticos, prejuízo na memorização de funções matemáticas, dificuldades com vocabulários relacionados a  matemática, problemas para medir coisas, entre outros. Nos adultos, podem ser observados dificuldades para estimar custos ao fazer compras e aprender conceitos matemáticos mais complexos, possuem menor habilidade no gerenciamento financeiro, dificuldades em calcular o tempo e organizar suas tarefas, dificuldade em cálculos mentais,entre outros...

DISGRAFIA: É um distúrbio que afeta a expressão da escrita prejudicando a sua clareza ou organização. Estas pessoas tem dificuldades em manter um padrão na letra, mudam a forma e o tamanho que estão escrevendo aleatoriamente na frase, não respeitam margens, ultrapassam a linha, colocam pressão excessiva ou deficitária ao escrever, escrevem de forma invertida (espelhada), a letra muitas vezes é indecifrável.

DISORTOGRAFIA: Afeta a capacidade de escrever corretamente e de expressar ideias através da escrita. Estas pessoas costumam cometer erros como : Escrever frases mal estruturadas, incompletas, com pobreza de vocabulário, falta de elementos essenciais, erros de pontuação, repetição de palavras, erros de concordância, problemas com a gramática, não utilização dos tempos verbais adequados, dificuldades em categorizar, etc...

O tratamento para todos os transtornos acima são efetuados de acordo com cada diagnostico e com a demanda de cada um, porém não há medicação específica, apenas para possíveis comorbidades que estas pessoas possam vir a apresentar. São recomentados acompanhamento fonoaudiológico, psicopedagógico, psicológico (para cuidar das questões emocionais que podem acompanhar estas pessoas), neuropsicológicos (para ajudar na reabilitação da memória e atenção).

TDAH - Transtorno do deficit de Atenção e Hiperatividade: Um dos disgnósticos mais comuns em crianças ultimamente.
Então o que pode significar isto? Muitas crianças e adultos são bem agitados sem que isso seja um problema, mas muitas delas, esta agitação é tão grande que não dá para passar despercebido em um grupo. No caso dos desatentos, da mesma forma, não se pode comparar com uma desatenção corriqueira, trata-se de pessoas que possuem muita dificuldade para ignorar estímulos e se concentrar no que é importante.
Muitas pessoas questionam por qual motivo atualmente muitos diagnósticos de TDAH são descobertos, se é uma doença nova, se há algum exagero, etc... A resposta é não que não se trata de uma patologia nova, e alguns casos são diagnosticados sem o devido cuidado.
Ocorre que antigamente estas crianças não eram percebidas desta forma por não se dar a devida atenção ao problema, e os estudos ainda eram raros sobre o tema. As crianças agitadas eram chamados de espevitados, levados, entre ouros nomes, e as desatentas como desligados, burros, etc...
Geralmente, as crianças com TDAH têm alguém na família com o mesmo diagnostico, porém tratam-se dos adultos que antes não eram percebidos desta forma, e não foram diagnosticados adequdamente e aprenderam a conviver com o problema.

As dificuldades mais frequentes são:

  • Baixo desempenho escolar;
  • Dificuldade para se relacionar com os colegas;
  • Problemas para respeitar regras;
  • Lentidão para aprender conteúdos e realizar tarefas;
  • Dificuldade de organizar e planejar os passos necessários para uma atividade;
  • Dificuldades em enxergar mais de uma solução para um problema;
  • Baixo estado de alerta;
  • Dificuldade para sustentar a atenção por um período mais longo (quando a atividade não é de seu interesse);
  • Não ter medo do perigo, se coloca sempre em risco;
  • Atrapalhado, derrubam as coisas, trombam, caem e tropeçam muito.
Mas o diagnostico não é tão simples como parece, pois há outras patologias similares que devem ser observadas antes, por exemplo, crianças com Distúrbio no Processamento Auditivo Central - DPAC, que é uma dificuldade em processar o que ouve, pelo sistema central, sendo bem simples na explicação, podem não conseguir ter atenção plena, crianças extremamente ansiosas, podem não conseguir ficar quietas e prestarem atenção. Então é necessário buscar ajuda junto a profissionais que possam diagnosticar de forma multidisciplinar, neste caso o médico, o neuropsicólogo, e o fonoaudiólogo serão essenciais para a confirmação.
A dificuldade em diagnosticar um adulto é ainda maior, pois para isto é necessário de informações deste adulto quando criança, tendo em vista que o TDHA não é uma patologia que começa na vida adulta.
O tratamento para TDAH é medicamentoso, com acompanhamento psicológico e/ou neuropsicológico.
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Estes são os principais transtornos de aprendizagem, Aqui tratamos todos de forma resumida, com linguagem simples, e caso conheçam alguém que se enquadrem nestas condições, procure ajuda , pois estas pessoas sofrem muito com suas dificuldades e podem ser ajudadas com o tratamento adequado.


A aceitação e os cuidados devem ser feitos com naturalidade, respeito e união, desta forma ajudarão a se sentirem inseridos na sociedade, pois é comum estas crianças sofrerem "Bullying" escolar, e quando adultos terão dificuldades em se socializar.



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