segunda-feira, 22 de junho de 2020

A ANSIEDADE PODE SER POSITIVA

A ansiedade parece ser a grande vilã da vez, tudo é culpa da ansiedade. Mas já parou para pensar que um pouco de ansiedade é normal?
A ansiedade pode ser uma coisa boa, pois nos protege dos perigos iminentes e coloca nosso corpo em alerta nos permitindo criar novos caminhos quando algo parece difícil e insolúvel, e muitas vezes estes problemas são resolvidos diante de uma situação de alerta que pede uma solução rápida. Além disso, é normal ficar ansioso quando algo muito especial irá acontecer em sua vida, como uma prova, uma entrevista de emprego, participar do vestibular, ir para  uma viagem, ou participar de um evento especial como casamento, aniversário, ou qualquer coisa que não seja comum e rotineira, irá gerar ansiedade naturalmente, pois sempre vivemos antecipadamente os acontecimentos que estamos esperando. Este é o tipo de ansiedade considerado normal e faz parte da vida de todos nós.
Mas, ocorre que até para estes eventos especiais, há um limite de normalidade, que deve ser observado, ou seja, o exagero e o excesso de qualquer sentimento pode levar a um transtorno, e neste caso, a falta de controle destes sentimentos dentro de um padrão que não prejudique seu organismo, seja por criar uma especie de euforia exagerada, ou paralisar-se diante de um evento de sua responsabilidade, como o de uma palestra que tenha que realizar, e não segue ir em frente, por exemplo chegando a ter sentimentos de somatização, que seria a geração de sintomas físicos a partir de uma condição psicológica, que neste caso seria a ansiedade, interferindo de forma negativa, podendo transformar-se  desde o TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo, ou às fobias como a de pânico, de altura, de insetos, ansiedade generalizadas, entre outros tipos.
Mas aquele nervosismo, o friozinho na barriga, é muito comum quando há aquele evento que vai realizar, seja a apresentação do TCC da faculdade, ou mesmo de um trabalho escolar, ou aquela apresentação do trabalho. Sempre haverá várias questões em mente: Será que ficou bom? Serei aprovado? Os outros serão melhores que o meu?... Estes pensamentos vão perseguindo a pessoa até a concretização do evento, gerados pela insegurança que dependendo da intensidade, não necessariamente é patológica. Mas é importante começar identificando o que está gerando estes sentimentos de desconforto, seria uma cobrança absoluta por perfeição? Seria por falta de empenho necessário, ou confiança em si mesmo? E assim vai se desmistificando o problema. E nestes casos o melhor conselho é relaxar, mas isso não significa se acomodar. A palavra relaxar pode ter duplo sentido, mas neste caso significa tranquilizar-se, para permitir que sua mente trabalhe com maior confiança, e a cada situação em que se sentir muito desconfortável a ponto de acreditar não estar bem, a meditação e a reflexão podem ajudar muito para encarar estas situações.

HISTÓRIA DA ANSIEDADE
Para ilustrar melhor que a ansiedade pode ser parceira, podemos dizer que foi graças a ela que a humanidade se manteve viva e pode se desenvolver, foi a sensação de insegurança que criou o homem moderno.
Na era paleolítica, entre os grupos de caçadores e coletores, haviam ameaças constante de ataques de predadores e inimigos, fazendo com que o sentimento de alerta sempre estivesse presente no dia a dia das pessoas daquela época.
Esta mesma ansiedade levou nossos antepassados a buscar por abrigo, a prover alimentos e proteção dos predadores e inimigos e do tempo, formando as primeiras sociedades. Nestas sociedades as incertezas de chuvas e secas eram uma constante e devido a ansiedade pelo receio de não ter chuvas suficientes para o plantio e sua colheita, este sentimento levou as pessoas desta era a criarem sistemas de irrigação e armazenagem de água, alem da descoberta do fogo para aquecer e cozinhar seus alimentos, e desta forma sua sobrevivência foi possível.
Já na era dos estados modernos, viam uns aos outros como rivais, o que gerou muitas guerras entre eles, e sempre a ansiedade esteve presente, seja para criar novos exércitos para defesa e ataque, seja para criar alianças com outros, mostrando que o planejamento e a estratégia fazem parte do impulso resultado da ansiedade.
E assim, com estes exemplos, podemos dizer que a história da humanidade é a história da ansiedade, ou seja convivemos com ela desde sempre e por este motivo não podemos dizer que ela seja sempre  uma vilã em nossas vidas, muito embora nos tempos atuais muitas vezes deixamos que ela nos domine, e é por isso que há necessidade de manter o controle, e caso isso não seja possível, buscar um tratamento adequado para obtê-lo, pois muitas vezes esta ansiedade é gerada pela impulsividade do desejo de chegar antes no futuro, sem viver o presente, não permitindo desenvolver a capacidade de criar de acordo com o que é planejado para o futuro, como fizeram nossos ancestrais. 

COMO NOSSO ORGANISMO REAGE EM UMA SITUAÇÃO DE ANSIEDADE

Quando há uma situação de ansiedade o corpo se comporta  como se estivesse em perigo iminente:

CÉREBRO: Uma área do cérebro chamada eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), libera componentes químicos como a dopamina, norepinefrina e epinefrina. Eles ativam a amígdala cerebral disparando o estímulo de luta e fuga;
GARGANTA: Espasmos nos músculos da garganta fecham o esôfago, e dificultam engolir a saliva - humanos em perigo prendem a respiração;
MÚSCULOS: Os grandes grupos de músculos recebem atenção especial do cérebro e do sistema neurológico, fazendo-os enrijecer para que estejam prontos a serem usados, caso necessário;
FÍGADO: O sistema suprarrenal produz uma quantidade excessiva de cortizol, esse hormônio leva o fígado a produzir mais glucose, o açúcar sanguíneo que faz obter mais energia;
CABEÇA: O sangue do tecido epidérmico é desviado para o coração e músculos, para diminuir a perda em caso de ferimento, os poros do coro cabeludo se contraem e fazem ter a sensação de cabelo em pé;
SUOR FRIO: Assim como a sensação de cabelo em pé, a diminuição de sangue na pele faz ter a sensação de suar frio;
BOCA: fica seca, os fluidos são desviados para auxiliar a circulação sanguínea e os tecidos musculares;
BAÇO: passa a distribuir mais oxigênio pelo corpo, fazendo o fluxo sanguíneo aumentar, aumentando também os batimentos cardíacos.

Nosso organismo trabalha em perfeita sintonia, mas é importante avaliar se está tudo sob controle fim de evitar o comprometimento de nossos órgãos com sobrecarga das funções metabólicas, e como pudemos observar o constante grau auto de ansiedade traz sensações inesperadas, como aceleração dos batimentos cardíacos para aumentar o fluxo sanguíneo exigido pelo corpo. Por isso a importância de tratar  ansiedade de forma adequada, neste caso, avaliar qual a periodicidade em que as crises acontecem e em quais situações.

A ansiedade não patológica deve ser sempre observada e percebida, mantendo a paciência e o controle, pois em níveis normais a ansiedade permite traçar planos alternativos e nos cercar de cuidados para que tudo saia bem, mesmo diante de imprevistos, como já informado acima.
A questão não é  ideia de deixar de sentir ansiedade, mas sim mantê-la em níveis mais moderados e saber quais respostas positivas ela pode fornecer em sua vida e assim permitir que continue a evolução do ser humano como já vimos em nossa história.


FONTE:
https://super.abril.com.br/saude/uma-breve-historia-da-ansiedade/

segunda-feira, 1 de junho de 2020

TRANSTORNO OU DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM???

Como entender essa diferença? E como descobrir se seu filho, aluno conhecido ou você mesmo está com algum tipo de transtorno ou dificuldade de aprendizagem?

Estas e outras questões estaremos abordando aqui hoje no blog.

Como é difícil lidar com questões escolares das nossas crianças. Porquê muitos parecem tão inteligentes mas vão tão mal nas provas, enquanto outros que nem estudam só tiram notas boas? Muitas destas perguntas vários pais já se fizeram: Será que meu filho tem algum problema? A resposta é: Pode ser que sim e pode ser que não, ou seja, é importante entender o que pode levar as crianças terem algum problema de aprendizagem. A comparação nunca foi uma boa aliada e conselheira, pois somos diferentes e vivemos em ambientes diferentes. A genética pode ajudar a entender nossos filhos, mas o ambiente tem uma forte relação com o comportamento e as dificuldade de cada pessoa, incluindo as crianças.
O desejo de muitos pais é que seus filhos sejam os melhores alunos, mas não é a maioria das crianças que conseguem absorver as informações com facilidade, e não significa que estas crianças possuem algum deficit intelectual, o que acontece é que muitas vezes as crianças sentem-se entediadas em ficar muitas horas dentro da sala de aula tendo que focar em alguém falando lá na frente, fazendo atividades por uma boa parte de seu dia.
Um dos fatores das crianças sentirem-se mais entediadas do que antigamente é que hoje em dia o volume de atividades atribuídas no dia a dia delas é muito grande, e quando precisam ficar quietas prestando atenção, isso incomoda.
Crianças hiperativas, agitadas tem maior dificuldade ainda, e atualmente vemos muitos casos sendo diagnosticas como TDAH - Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperatividade, um dos mais conhecidos transtornos de aprendizagem.
Mas antes de entrarmos neste tema, vamos diferenciar o que seria um transtorno e uma dificuldade de aprendizagem.

DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM: O termo dificuldade de aprendizagem é usado para descrever dificuldades específicas para adquirir habilidades acadêmicas básicas, ou seja , a criança não consegue acompanhar o ritmo da sala, e nestes casos vale salientar que as causas estão muito mais relacionadas aos fatores externos (ambientais), e não possuem natureza orgânica ou biológica.
Geralmente, ao serem investigadas, são encontrados vários fatores emocionais associados às dificuldades, como conflitos familiares, perdas importantes, separação, mudanças, etc...
Normalmente é indicado tratamento psicológico.


TRANSTORNO DE APRENDIZAGEM: Já o transtorno de aprendizagem pode estar associado a fatores relacionados a condições neurológicas que afetam a aprendizagem e o processamento das informações.
Dentro dos aspectos de transtornos de aprendizagem, vamos encontrar vários tipos que podem ou não estar associados uns com os outros.
Este termo vai descrever as dificuldades mais específicas de aprendizagem quando observado com maior profundidade.
Ocorre que os transtornos de aprendizagem também podem estar associados com questões emocionais que vão desencadear dificuldades que não são neurobiológicas, por isso devem ser tratadas de forma adequada e multidisciplinar, ou seja junto com a escola, com os pais, com um medico especializado, com um psicopedagogo, com um fonoaudiólogo e com um psicoterapeuta. Estes serão os principais protagonistas para o diagnóstico.
Parece assustador, mas sim é necessário, pois é no momento do desenvolvimento infantil que o cérebro será mais capaz de  fazer mudanças necessárias dentro do que chamamos de plasticidade cerebral, e permitirá efetivar as correções necessárias, para a solução do problema, não que seja impossível na idade adulta, mas sempre será mais difícil.


Tipos de transtornos, um breve histórico:

DISLEXIA: É caracterizada pela dificuldade  na fluência da leitura por uma dificuldade na habilidade de tradução dos sons em letras e das letras em sons, que resultam em dificuldade de linguagem. As crianças não entendem bem como cada palavra é formada, como é dividida por partes menores, como os sons, as sílabas e como podem manipular esses sons. Crianças com dislexia geralmente trocam as letras ao escrever, por exemplo "t" por "d ou "f" por "v", devido a estas dificuldades em decifrar os sons de forma adequada.

DISCALCULIA: Trata-se de dificuldades especifica para cálculos matemáticos e raciocínio lógico. Quem tem discalculia tem muita dificuldade para entender a quantidade das coisas, e por isso muita dificuldade para entender números e o que eles representam.
Na escola, quem tem discalculia tem muita dificuldade em aprender tabuada, contas simples (adição, subtração e multiplicação), dificuldade para resolver problemas matemáticos, prejuízo na memorização de funções matemáticas, dificuldades com vocabulários relacionados a  matemática, problemas para medir coisas, entre outros. Nos adultos, podem ser observados dificuldades para estimar custos ao fazer compras e aprender conceitos matemáticos mais complexos, possuem menor habilidade no gerenciamento financeiro, dificuldades em calcular o tempo e organizar suas tarefas, dificuldade em cálculos mentais,entre outros...

DISGRAFIA: É um distúrbio que afeta a expressão da escrita prejudicando a sua clareza ou organização. Estas pessoas tem dificuldades em manter um padrão na letra, mudam a forma e o tamanho que estão escrevendo aleatoriamente na frase, não respeitam margens, ultrapassam a linha, colocam pressão excessiva ou deficitária ao escrever, escrevem de forma invertida (espelhada), a letra muitas vezes é indecifrável.

DISORTOGRAFIA: Afeta a capacidade de escrever corretamente e de expressar ideias através da escrita. Estas pessoas costumam cometer erros como : Escrever frases mal estruturadas, incompletas, com pobreza de vocabulário, falta de elementos essenciais, erros de pontuação, repetição de palavras, erros de concordância, problemas com a gramática, não utilização dos tempos verbais adequados, dificuldades em categorizar, etc...

O tratamento para todos os transtornos acima são efetuados de acordo com cada diagnostico e com a demanda de cada um, porém não há medicação específica, apenas para possíveis comorbidades que estas pessoas possam vir a apresentar. São recomentados acompanhamento fonoaudiológico, psicopedagógico, psicológico (para cuidar das questões emocionais que podem acompanhar estas pessoas), neuropsicológicos (para ajudar na reabilitação da memória e atenção).

TDAH - Transtorno do deficit de Atenção e Hiperatividade: Um dos disgnósticos mais comuns em crianças ultimamente.
Então o que pode significar isto? Muitas crianças e adultos são bem agitados sem que isso seja um problema, mas muitas delas, esta agitação é tão grande que não dá para passar despercebido em um grupo. No caso dos desatentos, da mesma forma, não se pode comparar com uma desatenção corriqueira, trata-se de pessoas que possuem muita dificuldade para ignorar estímulos e se concentrar no que é importante.
Muitas pessoas questionam por qual motivo atualmente muitos diagnósticos de TDAH são descobertos, se é uma doença nova, se há algum exagero, etc... A resposta é não que não se trata de uma patologia nova, e alguns casos são diagnosticados sem o devido cuidado.
Ocorre que antigamente estas crianças não eram percebidas desta forma por não se dar a devida atenção ao problema, e os estudos ainda eram raros sobre o tema. As crianças agitadas eram chamados de espevitados, levados, entre ouros nomes, e as desatentas como desligados, burros, etc...
Geralmente, as crianças com TDAH têm alguém na família com o mesmo diagnostico, porém tratam-se dos adultos que antes não eram percebidos desta forma, e não foram diagnosticados adequdamente e aprenderam a conviver com o problema.

As dificuldades mais frequentes são:

  • Baixo desempenho escolar;
  • Dificuldade para se relacionar com os colegas;
  • Problemas para respeitar regras;
  • Lentidão para aprender conteúdos e realizar tarefas;
  • Dificuldade de organizar e planejar os passos necessários para uma atividade;
  • Dificuldades em enxergar mais de uma solução para um problema;
  • Baixo estado de alerta;
  • Dificuldade para sustentar a atenção por um período mais longo (quando a atividade não é de seu interesse);
  • Não ter medo do perigo, se coloca sempre em risco;
  • Atrapalhado, derrubam as coisas, trombam, caem e tropeçam muito.
Mas o diagnostico não é tão simples como parece, pois há outras patologias similares que devem ser observadas antes, por exemplo, crianças com Distúrbio no Processamento Auditivo Central - DPAC, que é uma dificuldade em processar o que ouve, pelo sistema central, sendo bem simples na explicação, podem não conseguir ter atenção plena, crianças extremamente ansiosas, podem não conseguir ficar quietas e prestarem atenção. Então é necessário buscar ajuda junto a profissionais que possam diagnosticar de forma multidisciplinar, neste caso o médico, o neuropsicólogo, e o fonoaudiólogo serão essenciais para a confirmação.
A dificuldade em diagnosticar um adulto é ainda maior, pois para isto é necessário de informações deste adulto quando criança, tendo em vista que o TDHA não é uma patologia que começa na vida adulta.
O tratamento para TDAH é medicamentoso, com acompanhamento psicológico e/ou neuropsicológico.
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Estes são os principais transtornos de aprendizagem, Aqui tratamos todos de forma resumida, com linguagem simples, e caso conheçam alguém que se enquadrem nestas condições, procure ajuda , pois estas pessoas sofrem muito com suas dificuldades e podem ser ajudadas com o tratamento adequado.


A aceitação e os cuidados devem ser feitos com naturalidade, respeito e união, desta forma ajudarão a se sentirem inseridos na sociedade, pois é comum estas crianças sofrerem "Bullying" escolar, e quando adultos terão dificuldades em se socializar.