TRANSTORNO DE PERSONALIDADE BORDERLINE
Cada vez mais conhecido e comentado entre os meios da saúde mental, o Transtorno de Personalidade Borderline, chega a atingir quase 2% da população, em média podendo chegar em quase 6%, e em 10% da população ambulatorial de saúde mental e cerca de 20% da população psiquiátrica interna.
Daí a importância de se abordar este tema que muitas vezes se confunde com o Transtorno Bipolar devido a similaridade entre os sintomas. Mas há diferenças entre os dois tanto no diagnostico como na forma de tratamento.
Sendo assim, vou tentar aqui trazer alguma informações compiladas, de forma simples sobre o que significam.
O Borderline é uma condição grave e complexa que compreende um padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem, nos afetos e com uma impulsividade acentuada. Geralmente, este transtorno surge no começo da vida adulta e está presente em vários contextos.
O termo Borderline foi usado pela primeira vez em 1884, e na época se designava a um grupo de pacientes que viviam no limite, ou seja na fronteira (borda) entre a sanidade, a neurose e a psicose, dai o termo borderline. Mas foi só na década de 1980, que o diagnostico da doença se tornou mais preciso, pois até então se acreditava que a personalidade de uma pessoa fosse imutável.
CAUSAS
As causas são as mais variadas possíveis, e é diagnosticado principalmente em pessoas do sexo feminino, mas abrange desde uma predisposição genéticas, e este fator é o mais frequente entre os casos conhecidos, mas também podem surgir por fatores externos e ambientais que afetam as questões emocionais, como qualquer distúrbio de personalidade.
Nestes casos, pode-se destacar situações de traumas, abusos e negligência, considerando principalmente questões que envolvem o impacto familiar no ambiente, onde o individuo afetado vive ou viveu durante o seu desenvolvimento enquanto criança, principalmente as que sofreram algum tipo de abuso, casos de pais em situação de extremo conflito, ou ainda de educação muito autoritária e rigorosa.
DIFERENÇAS ENTRE BORDERLINE E BIPOLARIDADE
Para entender melhor o transtorno borderline, é importante também saber distinguir a diferença com o Transtorno Bipolar, pois apesar das variações de humor serem sintomas predominantes em ambos os transtornos, o acompanhamento deve ser diferente.
A principal diferença é que no borderline a variação de humor e de sentimentos acontecem dentro de segundos, enquanto que o bipolar cada estágio permanece até por pelo menos 1 semana por exemplo em euforia ou depressão, e nestes casos, esta oscilação de humor, geralmente ocorre independente de fatores externos. Já no Borderline, os fatores externos influenciam diretamente no seu estado emocional, podendo modificar seu comportamento.
Outro fator é que os pacientes de borderline não possuem uma personalidade bem definida, como a questão sexual por exemplo. É mais comum encontrar um bissexual entre os borderlineres do que entre os bipolares.
Outro fator de diferença está na relação de um borderline com amigos e colegas, para ele não há um meio termo, ou a pessoa é boa ou é má, se alguém que considera bom fizer algo que não é tão bom quanto acredita ser, imediatamente passa ser alguém do mau e seu relacionamento com esta pessoa estará desfeito imediatamente e não terá mais volta.
Para o borderline a depressão é intermitente e inconstante, já para o bipolar ela é contínua.
DIAGNOSTICO E TRATAMENTO
O diagnóstico é feito através de uma minuciosa avaliação psiquiátrica, muitas vezes o próprio paciente precisa ajudar o profissional da saúde para obter consciência de seu problema, e esta avaliação será feita analisando os sintomas e a periodicidade em que eles ocorrem, bem como a alteração dos mesmos. Por isso a informação correta do paciente e de um familiar afetado diretamente por ele, será importante para o diagnostico e para o inicio do tratamento.
Exames físicos e laboratoriais também são recomendáveis para eliminar possíveis enganos com outros diagnósticos que levam aos sintomas, como por exemplo nos problemas de tireoide, abuso de substancias químicas.
O tratamento inicial é a psicoterapia e a ingestão de medicamentos para controlar a depressão e a impulsividade de forma isolada, pois até então não há conhecimento de uma medicação que faça efeito sob o sentimento de vazio crônico e de identidade, e esta medicação servirá de apoio para o tratamento psicoterápico.
Este tratamento através de psicoterapia não será breve, provavelmente quem possui este tipo de transtorno fará psicoterapia por muitos anos, e o terapeuta deverá estar sempre disponível, pois a incidência de suicídio e automutilação, para estes casos é bastante comum.
O psicólogo e o psiquiatra que acompanham estes casos devem ser especializados no assunto, pois terá que dispor de muita energia para lidar com este paciente e criar um vinculo duradouro para uma boa relação interpessoal de confiança com a finalidade de dar sequencia ao tratamento e assim ser mais eficaz.
É comum também o tratamento psicoterápico familiar, uma vez que todos os familiares são afetados pela doença do paciente, e acabam acarretando outros conflitos entre si, necessitando assim de um suporte psicológico para conseguir lidar com o paciente, bem como servirá também de apoio a eles, tendo em vista que a família se sente impotente e sofre junto com o paciente.
Mas a boa notícia é que os sintomas, ao longo do tempo vão diminuindo, é sabido que o risco maior de se cometer suicídio é entre os primeiros 5 ou 7 anos do inicio da manifestação da doença, e sabe-se que cerca de 10% destes pacientes cometem suicídio.
Por volta de 30/35 anos de idade, estas pessoas apresentam uma grande melhora, as estatísticas sugerem que com o tratamento, ao longo do tempo, os sintomas podem até cessar.
Dos que procuram ajuda profissional, no geral em torno de 75% sofrem remissão da maior parte dos sintomas. De qualquer forma quando o paciente é tratado adequadamente, mesmo ainda com os sintomas, ele poderá se organizar e melhorar sua qualidade de vida e suas relações.
fonte:
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/transtorno-de-personalidade-borderline
http://www.psiquiatraportoalegre.med.br/diferencas-entre-transtorno-bipolar-e-transtorno-borderline/
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