quarta-feira, 30 de maio de 2018

TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA - TEA

Esse tema vem sendo bastante abordado ultimamente, e isso é muito bom, assim a divulgação vai sendo ampliada e conforme as pessoas são informadas, possibilita-se a busca de ajuda mais cedo.

Trata-se de uma patologia do Neurodesenvolvimento, muito frequente e que acontece em diferentes condições genéticas. 

Falando um pouco sobre a história do autismo, sua denominação foi utilizada pela primeira vez pelo psiquiatra Eugen Bleuler em 1908, que utilizou essa denominação para descrever um paciente esquizofrênico que se mantinha em seu próprio mundo, vindo da palavra grega "autós", significando auto-admiração mórbido.
Mas os pioneiros nas pesquisas sobre o autismo foram Hans Asperger e Leão Kanner. Asperger descreveu crianças muito capazes e Hans as muito afetadas,  durante os anos 40.

Embora já tenha sido nomeadas de diversas formas desde que se descobriu o transtorno, sua ultima alteração em sua categoria dentro da classificação internacional de doenças (CID - 10ª. edição) e do Manual de diagnóstico estatístico de doenças mentais DSM V, reclassificou no enquadramento como Transtorno do Espectro Autista, mais conhecido como TEA, alterando os anteriormente existentes como : Transtorno autista, Transtorno desintegrativo da infância, Transtorno generalizado do desenvolvimento não especificado e Síndrome de Asperger.

Essa reclassificação da nomenclatura ocorreu tendo em vista que muitos dos casos que foram surgindo, não conseguiam enquadramento dentro dos sintomas das subcategorias existentes na época, independente se o caso era mais leve ou mais grave.
As características do TEA, está relacionada a uma tríade de deficiências relacionadas ao neurodesenvolvimento, que abaixo descrevo:

1 -Prejuízo grave no desenvolvimento de interações sociais;
2- Prejuízo grave no desenvolvimento da Comunicação e
3- Importante limitação na variabilidade de comportamentos 

O diagnóstico é feito através da avaliação do desenvolvimento da pessoa, desde a primeira infância, em 3 áreas: Comunicação, Comportamento e Interação Social.

Na área da Comunicação, os prejuízos podem envolver desde o mutismo total até um excelente desenvolvimento da fala com uso de termos rebuscados de em sua comunicação, demonstrando acima da média para a sua idade, porem sem habilidades para entender as expressões emocionais.

Na área do Comportamento, podemos observar os movimentos repetitivos sem uma função aparente, apego demasiado a rotinas ou interesses restritos, relacionando a grande preocupação a se ater a apenas uma parte dos objetos, necessidade de organização excessiva, etc....
Já na área de Interação Social, os prejuízos se caracterizam por um isolamento crônico, ou seja, passam a maior parte do tempo sozinhos, possuem muita dificuldade de interação com outras crianças e criar vínculos, não consegue olhar nos olhos do outro, durante as poucas interações que faz, tem dificuldade em interpretar e intender as intenções do outro, e leva tudo o que é dito ao pé da letra, como por exemplo, vai chover canivetes essa noite, ele ficara demasiadamente assustado não entendendo a metáfora.

OS SINAIS DE ALERTA PARA O TEA
Aos 6 meses
Não sorri expressando alegria.
Aos 9 meses
Não responde à interação (sorrisos, caretas ou sons); não busca a interação produzindo sons, sorrisos ou caretas.
Aos 12 meses
Não balbucia, não responde ao lhe chamarem pelo nome, não segue com o olhar os gestos que o outro lhe faz.
Aos 18 meses
Não fala palavras e não expressa o que quer.
Aos 24 meses
Não fala frases com duas palavras que não sejam apenas imitação e repetição.

TRATAMENTO
O tratamento é efetuado utilizando uma equipe multidisciplinar, ou seja, com terapia dentro da abordagem cognitivo comportamental (TCC), fonoaudiólogos, psicopedagogos, uso de intervenção medicamentosa, nos casos mais graves para controlar o comportamento auto lesivo, como bater a cabeça, por exemplo, reduzir o comportamento repetitivo e a hiperatividade.

Há lugares públicos especializados no atendimento a autistas.

Vejam a entrevista abaixo feita por Drausio Varela:

terça-feira, 29 de maio de 2018

MEU FILHO PEDE SOCORRO?

Gosto de escrever sobre minha vivência clinica, e como atendo vários adolescentes, que em sua grande maioria, demonstram perceber que seus pais não o notam como gostariam que o notassem, e assim, acabam sentindo sozinhos.

Por outro lado, quando conversamos com os pais eles imaginam que todos os adolescentes passam por isso, e que este é um comportamento normal, ou seja, o distanciamento deles nesta idade. 


Bom, vamos então falar um pouco sobre esta fase de transição. 

De fato é um momento único e muito diferente, onde o adolescente experimenta mudanças físicas em seu corpo e alterações hormonais que explodem em seu organismo e muitas vezes são percebidas por eles como algo ruim, sentem-se inibidos pelas constantes observações dos adultos que reparam em sua mudança, e muitas vezes esta é a causa de seu isolamento.
O rosto cheio de espinhas, a voz do menino se alterando, os seios da menina apontando, tudo isso mostram que agora as coisas estão mudando, não serei mais criança, terei novas responsabilidades, preciso pensar em uma profissão, nossa quanta coisa vai acontecer daqui pra frente....

Mas nem todo isolamento é normal, muitas vezes a falta de amigos, permanecer muito tempo só em redes sociais, e falta de desejo de conversar sobre qualquer coisa, chama atenção, é um sinal de alerta.

É muito importante observar atentamente o comportamento do seu filho ou filha, notem se ele anda irritado com qualquer coisa, e se seu comportamento vem se alterando drasticamente, de uma hora para outra. Perceba se este isolamento é com a família ou também com os amigos, e se ele está demonstrando uma tristeza e um desânimo exagerado, e nem sempre isso é demonstrado em suas notas na escola.

Nesta fase, começam seus interesses sexuais, desejo de ficar com oura pessoa, mas nem sempre eles gostam de falar sobre isso.
Mas como lidar com estas questões? Realmente não é fácil, muitas vezes eles não querem mesmo se abrir com os pais, sentem vergonha do que sentem e até de estarem crescendo, preferem falar com outra pessoa que não tenha nenhuma relação com eles e com sua família.
Nestas situações, é importante tentar conversar com o adolescente e verificar se ele gostaria de fazer uma terapia, pois  o psicologo(a) poderá ouvir suas questões, sem críticas e com total confidencialidade.
Alguns adolescentes conseguem expressar esse desejo aos seus pais, mas nem todos, então perceba se seu filho não está se isolando para chamar a sua atenção, e nunca deixem-no sozinho sem um carinho, demonstre preocupar-se com ele, fale abertamente de suas experiências da época em que tinha a idade dele, ele poderá se identificar e notar que é normal.

O mais importante é poder perceber o que está acontecendo dentro de sua própria casa.

Fiquem atentos!!!!