O QUE É A NEUROPSICOLOGIA?
Nos últimos anos vem crescendo o numero de estudos das disciplinas dentro da neurociência, uma destas disciplinas é a neuropsicologia. Segundo alguns autores a neuropsicologia é a ciência que estuda o comportamento das disfunções cerebrais na sua relação entre estrutura e desempenho, ou seja, o que é esperado em uma função cerebral e o que de fato acontece. Em outras palavras, também podemos dizer que a neuropsicologia é uma combinação dos elementos da psicologia, neurologia, neuroanatomia, neuroquímica, neurofisiologia, ou seja, é a correlação das alterações do cérebro com mudanças nas funções comportamentais dos indivíduos.
O que seria a Avaliação neuropsicológica?
Se a neuropsicologia estuda a relação das funções cerebrais e seu comportamento, é importante saber quais funções podem estar afetando um determinado comportamento, e para isso é necessário que cada função seja cuidadosamente avaliada.
Como não há um exame que determine estas funções como um RX, podemos avaliar através de instrumentos que irão registrar o desempenho que cada função exerce de acordo com as respostas desejadas.
Isso é o que chamamos de avaliação neuropsicológica, que tem por objetivo principal realizar um diagnóstico diferencial para estabelecer se há ou não algum comprometimento nas funções cognitivas, e ou seja, nas funções relacionadas a todos os processos mentais realizados pelo ser humano, como o ato de perceber, interpretar, associar, aprender e pensar. Estão diretamente relacionados aos estímulos externos captados pelo s 5 sentidos, ou pelos estímulos internos que são as emoções e sensações.
As funções cognitivas referem-se a atenção, memória, velocidade de processamento visuo espacial, linguagem, e funções executivas, esta ultima responsável por todos os processos mentais ligados ao controle, monitoramento e regulações de nossas ações, pensamentos e emoções.
Com todas estas informações é possível demonstrar a importância desta disciplina e os motivos que cada vez mais são solicitadas avaliações neuropsicológicas, para determinar um diagnóstico suspeito relacionado aos diversos transtornos que temos conhecimento atualmente, e tratar-lo adequadamente.
REABILITAÇÃO COGNITIVA E NEUROPSICOLÓGICA
A reabilitação cognitiva e neuropsicológica vai ser necessária em todas as situações que após um bom processo de avaliação neuropsicológica se perceba quais regiões não estão desempenhando adequadamente suas funções, isto é, estão afetadas e comprometidas por qualquer fator, interno ou externo, e que dentro do processo de avaliação, seja identificado a possibilidade de reabilitação.
Geralmente são muito utilizadas em pessoas que sofreram algum tipo de traumatismo cranio-encefálico, pessoas que sofreram AVC, portadores de doenças neurodegenerativas ou demências, e servem para estimular as áreas afetadas e assim reabilitá-las.
Normalmente este tipo de reabilitação sera efetuada em conjunto com uma equipe multidisciplinar, ou seja, poderá ter a participação de 1 ou mais profissionais da área da saúde como: fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, fisioterapeutas, etc...
NEUROPLASTICIDADE - REORGANIZAÇÃO CEREBRAL
É impossível falar de reabilitação cognitiva e neuropsicológica, sem falar da Neuroplasticidade, que trata-se da capacidade do cérebro reorganizar em sua estrutura (configuração sináptica), ou em sua funcionalidade (modificação do comportamento), com a readaptação de suas funcionalidades, através da reformulação das conexões cerebrais de acordo com as novas experiências, percepções e ações de comportamento do individuo tornando-o mais eficaz.
Até bem pouco tempo, no campo da neurociência acreditava-se que o cérebro era um órgão estático, ou seja, se houvesse algum tipo de perda de função, seja por doença ou por trauma, acreditava-se que seria irrecuperável.
Atualmente, após vários estudos, já sabemos que o Sistema Nervoso Central pode sim se recuperar, isto acontece porque ele é capaz de se modificar de acordo com o aprendizado e experiencias adquiridas ao longo da vida. Mas sabe-se que o grau neural destas modificações variam de acordo com a idade do individuo, ou seja, quanto mais jovem maiores as chances de recuperação, e desde o período embrionário é possível executar mudanças estruturais.
Por isso quando falamos de reabilitação, estamos falando de aprendizagem, ou aprender novamente o que fazia antes, de forma diferente.
Já é de conhecimento cientifico que as regiões corticais que não foram prejudicadas em uma lesão, podem assumir funções das regiões que foram afetadas em uma outra área próxima, dependendo das influencias ambientais.
O cérebro é capaz de se reorganizar, e este conhecimento é imprescindível para a recuperação cognitiva e funcional do individuo.
Assista ao vídeo abaixo, bem ilustrativo e resume bem tudo o que coloquei aqui.
Fonte:
Material do curso de Neuropsicologia: Avaliação psicológica, Funções Cognitivas e Reabilitação Neuropsicológicas da faculdade Unileya- 2018